Por que algumas pessoas ainda veem o agronegócio com maus olhos?
Esses dias atrás, ao publicar um conteúdo sobre direito agrário na minha rede social fui perguntado por um seguidor se o agro mata.
Apesar dos números surpreendentes que vemos diariamente na mídia, bem como alguns dados que poucos têm acesso, como, por exemplo, o aumento da produtividade, mesmo sem o aumento das áreas de produção – o que foi conquistado graças a muito estudo científico produzido por empresas brasileiras, que são exemplos para o mundo – por que ainda há pessoas que veem o agronegócio como um vilão e não como um campeão nacional?
Alguns políticos, parte da imprensa e ambientalistas acabaram escolhendo o agronegócio como um vilão, um inimigo em comum, inimigo este relevante, até mesmo para colocar os holofotes nessa “luta” de narrativas, onde muitos acabam comprando essas histórias inventadas como verdade.
Para alguns políticos, essa narrativa de colocar o agro como vilão pode endossar projetos de lei como o que já foi votado no estado de Goiás com a taxação do agronegócio, já para imprensa, apoiar o politicamente correto também rende contratos de publicidade que são importantes para os cofres da empresa; para os ambientalistas, essa luta rende doações inclusive internacionais, uma vez que diversos países – a maioria deles que já destruíram suas florestas – realizam doações à organizações não governamentais e nem sempre com objetivos nobres como parecem.
Mas então por que alguns países têm interesse em prejudicar o agronegócio e, consequentemente nosso país?
Essa resposta não é fácil de se encontrar, mas quando analisamos os países sob a ótica geopolítica (estudo das relações de poder entre os territórios e da articulação entre os diferentes países, considerando as vias diplomáticas e militares), os especialistas apontam o Brasil como um dos países com maiores condições de desenvolvimento a longo prazo, especialmente quando falamos na questão alimentar e energética.
Diferentemente da China, por exemplo, o Brasil é autossuficiente em alimentos, e importa muito pouco de outros países, já na questão energética, somos um dos poucos países que possuem um potencial de ampliação de suas fontes de energia gigantesco, e estamos falando de energia limpa, como a eólica e solar, por exemplo, muito diferente de outros países europeus que até hoje dependem de combustíveis fósseis para manter suas necessidades básicas e industriais.
Se compararmos o Brasil com a maioria dos países europeus, percebemos que há uma diferença gritante com a geração de energia. A Alemanha que deixaria de usar energia nuclear por esta ser uma energia considerada “suja”, por exemplo, já reativou suas usinas, após a Rússia bloquear o fornecimento de gasoduto que alimentava as indústrias e residências alemãs, que utilizam cerca de 55% de sua energia proveniente daquele país.
Com dificuldade para manter o abastecimento de energia, esses países europeus não têm qualquer possibilidade de instalar mais indústrias na região, exceto se resolver esse problema, o que impede o crescimento industrial no país, uma vez que a criação de riquezas fica limitada às plantas fabris já instaladas.
Por questão de estratégia então esses países acabam fazendo críticas ao agronegócio brasileiro, numa tentativa de taxá-lo como não sustentável, e incentivando com que alguns países suspendam a compra de produtos brasileiros. Em regra, esses embargos não duram muito tempo, tendo em vista que para o mercado mundial o que importa é comprar alimentos por um bom preço, porém isso acaba manchando a imagem do agronegócio brasileiro.
Várias “forças invisíveis” pretendem manter o Brasil como país do futuro e jamais do presente. Por essas razões não podemos simplesmente replicarmos as notícias que vemos na mídia, porque o que muitas vezes está por trás disso tudo é uma verdadeira guerra geopolítica de narrativas que têm o intuito de prejudicar o crescimento nacional, de modo a evitar que o Brasil emerja no cenário mundial como uma grande potência.
Leandro Amaral Provenzano é advogado especialista em Direito Agrário, Tributário, Imobiliário e Direito do Consumidor. Membro das Comissões de Direito Agrário e Direito do Consumidor da OAB/MS. E-mail para sugestões de temas: leandro@provenzano.adv.br